De repente teu sol invade a rua,
meu olhar preguiçoso te vigia,
feito cão dorminhoco.
Minhas palpebras nem piscam,
te sigo, te persigo, num vadiar de olho
Sei que foges,
mas paro o tempo, o tempo apaixonado,
cai lentamente,
sobre o oesste dos meus olhos,
se veste de estrelas o teu azul,
e fica negro, brilhante,
uma centelha errante, cai bem sobre mim,
aqui pelo sul...
Soco minha cabeça no travesseiro,
não sei se dela ou dele,
surgem sonhos, quentes, úmidos,
que se misturam a paixão da noite,
A horas voam e revoam,
sob meus lençóis
suspiro bemois a sós,
enquanto tu estás fora,
fora da hora do meu corpo, que te sonha e devora,
feito louco, aos muitos e poucos,
desejos que nascem e crescem
por toda parte do meu ser.