domingo, 8 de agosto de 2010

O luar

passa por mim nesta noite única e estelar
rumo à manha. O tempo taciturno e madrugueiro
explode em raios de luz  uma sinfonia  silenciosa,
de orvalho sobre as pétalas das rosas.

Nem é primavera, inverno talvez sempre seja,
mas o sol das frias manhas, embala sonhos,
o luar mudo feito pedra, na janela, quebra
a vidraça nebulenta dos insanos tempos.

O luar passa por mim nas esquinas das ruas sem saídas,
nos ombros o peso  das paixões mais desenxavidas,
Nas noites, cruel  e absurdo abandono,
desalento, mas  o luar, dá-me luz, dá me tempo!

Minhas horas mais dificeis o luar sempre atento,
ofuscadas todas as estrelas do meu olhar,
orvalhadas lágrimas agitadas pelo vento,
o luar silencioso se põe a carregá-las.

Não falo a lua, mas sim o luar,
onde ela deixa se perder na imensidão,
sua força poética de orvalhar,
a ressecância do meu coração.

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