quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

recado


Rabisquei os muros, 
deixei recado,
talvez estivesse morto, 
 talvez tivesse sonhado."

nos papeis velhos 
que bailam sobre as calçadas, 
nos ventos que uivam nos telhados,"

leios versos também antigos, 
de autoria ignorados."
são meus próprios versos 
mas noticias de ti 
nem de longe me tem chegado."


por outros caminhos de menos névoa."
nas noites de insônia e sono"
sussurro ao vento que leva"
sou realmente folha de outono"

ainda que corpo e alma 
em essencia se degenera"
há algo vivo nas rochas"
que feito tocha, 
ilumina a primavera."


as folhas secas que o outono empilha 
nos seus cantos masceradas"
não confessam mas esperam...
a primavera, estação chegada. 

se por encanto lhes vem a enxurrada, 
vão sem resistência,"
continuar a velha espera,
noutro canto da existência.




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