quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

vazio

Minha alma está tão vazia:
deixei-lhe apenas um largo rio a banhar-lhe as terras...
sou  margem úmida e fria
rente as suas esferas.

Deixei-lhe o vento,
a espalhar a semente do bem me quer.

Minha alma está vazia demais,
depois do outono, vieram as águas,
levaram as mágoas...e nada mais...

depois do inverno, veio o vento,
soprou longe todo tormento...

depois a primavera,
a estação sincera da vida
a terra encharcada e permitida
para o dom da criação.

minha alma está tão vazia...

lhe permito apenas o dom,
do amor...
da minha criatura pelo meu criador.

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